textos antigos, batidos na velha olivetti dela, cada um mais bonito que o outro, de uma singeleza e pureza que nos animou a publicá-los para lhe fazer esse presente.
não deu tempo.
neste domingo, 30 de janeiro, ela resolveu partir para um merecido descanso, depois de seis anos de muito sofrimento e muita luta contra os problemas de saúde.
aqui nós ficamos, com suas palavras e suas lembranças.
algumas delas escolhemos para compor o cartão de despedida.
esse é o poema/oração que, agora, ela deve estar declamando em pessoa para o Deus junto de quem ela estará para sempre:
Senhor,Benê Bicarato, mãe
hoje estou aqui para fazer sala contigo.
Desaprendi há muito
o sentido do silêncio,
do murmúrio.
Ouvi muito o vento que curva as árvores
e esqueci como é o som da brisa
que, quase calada,
passa por meu rosto
como um beijo suave.
Há tanto barulho, Senhor,
que houve momentos absurdos
que me fizeram esquecer Teu nome.
E, quando voltei a mim,
senti uma necessidade muito grande
de Tua presença.
Por todos os lados
ruídos,
latidos,
gritos,
e meu coração,
calado,
mais que nunca
precisando de Ti.
Curvei meus ombros
e humildemente
chego silenciosa
para esse abraço amigo,
fraterno.
Quero ouvir Teu coração
batendo ao lado do meu,
numa cadência bonita,
carregada de sons meninos,
onde volto a ser criança
precisando de colo.
25/12/1944 ~ 30/01/2011
Valeu, cara! Já foi pro Feice:
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