14 julho, 2010

memórias do brasil central - II

crônica do domingo

ele acordou, olhou para o celular e eram 9h26. pensou dois segundos e virou de lado para continuar dormindo. fez isso até não suportar mais e levantar finalmente, sem olhar que horas eram.

viu o chão empoeirado e ficou incomodado, mas não fez nada. resolveu levantar mas a ordem normal do dia a dia não ordenou aquela manhã. sem saber o que fazer, fez o que o normal manda: foi escovar os dentes e tomar banho. no meio do banho o telefone tocou. tudo o que esperava era um telefonema, mas, do banho, resolveu ignorar. depois, ligou. era um convite, mas não era o que esperava. resolveu recusar com uma mentira inocente – quem nunca mentiu inocentemente?, pensou.

se arrumou, tomou um gole de suco, pegou o cigarro e saiu, sem saber para onde. decidiu pedir informação para a menina da loja, mas não era ela quem estava lá – já sabia a resposta; só queria olhar para ela e tentar um contato impossível. foi em frente, até onde já sabia onde era.

foi almoçar. comida boa, preço honesto. uma outra linda – voz firme, estilo aconchegante, sorriso comerciante – o esperava no caixa. pagou, despediu-se, ainda tentando um sorriso cativante, mas foi embora.

seguiu para outro lugar, sentou em outra mesa, pediu uma cerveja, um copo e um cinzeiro. resolveu escrever, mas só registrou fatos.

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